terça-feira, 26 de agosto de 2008

MULHER, COMBATA PELA SUA FAMÍLIA!

Estamos findando o mês das vocações. Vocação é chamado de Deus e deve ser respondido livremente por cada um.

Nos dias de hoje todos concordam que a vocação à vida matrimonial tem sido de certo modo degenerada pela proposta mundana da ausência de comprometimento, ou pela cultura da descartabilidade. Estas realidades são uma expressão concreta do agir do demônio em nossos dias, quem desejoso de destruir a humanidade volta-se de modo certeiro contra a família.

É inegável que a mulher tem importante papel no Plano de Deus para as famílias e diante desta realidade deve assumir não uma atitude conformista ou inerte, mas deve COMBATER ativamente as artimanhas do inimigo de Deus.

Todos sabemos que vivemos um combate contra o poder das trevas, um combate espiritual que somente pode ser vencido com armas espirituais. Se nós mulheres não combetermos este combate, serão nossos filhos, nossas famílias e nossas realidades pessoais que estaremos perdendo para o inimigo.

O mundo jaz sob o poder do maligno. É o que nos ensina a Igreja com base nas Escrituras: “ CIC - §409 Esta situação dramática do mundo, que "inteiro está sob o poder do Maligno" (1Jo 5,19), faz da vida do homem um combate: Uma luta árdua contra o poder das trevas perpassa a história universal da humanidade. Iniciada desde a origem do mundo, vai durar até o último dia, segundo as palavras do Senhor. Inserido nesta batalha, o homem deve lutar sempre para aderir ao bem; não consegue alcançar a unidade interior senão com grandes labutas e o auxílio da graça de Deus.”

E qual o papel da mulher neste combate? Se observarmos a origem do pecado, vemos que foi a mulher quem efetivamente foi seduzida pela serpente e ofereceu o fruto proibido ao homem: "A mulher, vendo que o fruto da árvore era bom para comer, de agradável aspecto e mui apropriado para abrir a inteligência, tomou dele, comeu, e o apresentou também ao seu marido, que comeu igualmente". (Gn 3,6)
Pode-se dizer que depois da queda (de Adão e Eva) o homem e a mulher receberam missões diferentes. Diz-se que o homem recebeu o mundo visível através do trabalho, o domínio da terra, o domínio da sociedade e que a mulher recebeu o combate no mundo invisível, que é o combate espiritual, o combate contra a serpente, quer dizer, contra as forças demoníacas: "Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.”" (Gn 3,15)
É certo que o magistério da Igreja sempre viu nesta mulher a figura de Maria, mas podemos dizer que toda a mulher da face da terra é chamada a não imitar Eva, mas a imitar Maria, quem ao invés de oferecer ao homem a desobediência, oferece a bênção da obediência a Deus, e a árvore da vida que é verdadeiramente a cruz de Jesus.
Assim, a mulher tem uma missão espiritual muito importante, que é escolher entre o bem e o mal. Através de seu papel na educação (das crianças e dos jovens), na condução da vida matrimonial, na sua participação na Igreja, a mulher contribui para mudar a sociedade, fazer os homens e as mulheres do futuro.
Então a missão da mulher é essencial! É preciso que você mulher tome consciência da importância dessa missão, que é uma missão mais escondida, porque ela se refere ao mundo invisível.
As escrituras nos mostram a figura de Judite, uma mulher, que se viu diante de um combate, e de seu exemplo bíblico tiraremos algumas realidades concretas para nosso próprio combate:

a) Cenário histórico – Capítulos 1 e 2. O cenário deste livro é a conquista de um rei assírio chamado Nabucodonosor. Este já havia vencido os Medos e agora queria dominar toda a região onde o povo judeu vivia. Os Judeus e outros povos porém resistiam, e Nabucodonosor resolveu vingar-se pois aquele povo se negou a entregar-se.

Jd 2:1-6 - “1. No décimo terceiro ano do rei Nabucodonosor, no vigésimo segundo dia do primeiro mês, foi tomada na casa de Nabucodonosor, rei dos assírios, a decisão de que ele se vingaria.2. Convocou todos os anciãos, todos os seus chefes e guerreiros, e teve com eles um conselho secreto, no qual 3. revelou-lhes o seu desígnio de submeter toda a terra ao seu império. 4. Tendo a sua proposta agradado à assembléia, o rei Nabucodonosor ordenou a Holofernes, marechal do seu exército, 5. dizendo: Vai contra todos os reinos do ocidente, principalmente contra aqueles que desprezaram a minha ordem. 6. Ferirás a todos sem consideração alguma e me sujeitarás todas as fortalezas”

Nabucodonosor encolerizado destruiu os povos vizinhos e quis se auto-proclamar deus:

Jd 3,13 –“ Pois Nabucodonosor havia-lhe ordenado que exterminasse todos os deuses da terra, para que só ele fosse chamado deus por todas as nações que lhe conquistasse o poder de Holofernes.”

Os judeus se atemorizaram, permaneceram por um tempo resistindo, mas quando a ameaça chegou à cidade de Betúlia, o povo foi pedir ao rei Osias que se entregassem. O rei disse:

Jd 7, 23–25 – “23. Ozias levantou-se então banhado em lágrimas: Coragem, meus irmãos! - disse ele.- Esperemos (ainda) cinco dias a misericórdia do Senhor. 24. Talvez se aplaque a sua cólera e dê glória ao seu nome. 25. Entretanto, se depois de cinco dias não nos chegar socorro algum, faremos o que propusestes.”

b) Quem era Judite – O perfil da mulher combatente.

Jd 8, 1- 8 – “1. Ora, tudo isso chegou aos ouvidos de Judite, viúva, filha de Merari, filho de Idox, filho de José, filho de Ozias, filho de Elai, filho de Jamnor, filho de Gedeão, filho de Rafaim, filho de Aquitob, filho de Melquias, filho de Enã, filho de Natanias, filho de Salatiel, filho de Simeão, filho de Rubem. 2. Seu marido chamava-se Manassés, e morrera no tempo da colheita da cevada, 3. ferido de insolação quando fiscalizava os ceifadores que ligavam os feixes no campo; ele morrera em Betúlia, sua cidade, e fora enterrado com seus pais. 4. Judite ficara viúva havia três anos e meio. 5. Ela tinha feito no andar superior de sua casa um quarto reservado para si, no qual se conservava retirada com suas criadas. 6. Trazia um cilício sobre os rins e jejuava todos os dias, exceto nos sábados, nas luas novas e nas festas do povo israelita. 7. Era extremamente bela, e seu marido tinha-lhe deixado grandes riquezas, numerosos criados e domínios cheios de rebanhos de bois e de ovelhas.8. Era muito estimada por todos porque tinha grande temor a Deus; não havia ninguém que falasse mal a seu respeito.”

1- Era viúva, mas não fragilizada - Não é verdade que sempre que nos vemos numa situação desfavorável, logo nos vitimizamos, coitadinhas de nós, tão frágeis... Judite não...

2- Mortificava-se e jejuava - O mundo hoje é totalmente voltado ao prazer dos sentidos.

3- Embora extremamente bela e rica, ela era estimada não por sua beleza ou riqueza, mas porque tinha grande temor a Deus - Ah a vaidade feminina... Temos que desejar sermos reconhecidas não pela nossa beleza e acessórios, mas pelo temor que temos Deus.

4- Não havia ninguém que falasse mal a seu respeito - Temos de ser exemplo para aqueles que estão a nossa volta. Temos de ser MULHERES VIRTUOSAS, COMO A BÍBLIA DIZ.

Pr 31,10 - "Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor".

Eclo 7,21 - "Não te afastes da mulher sensata e virtuosa que te foi concedida no temor do Senhor; pois a graça de sua modéstia vale mais do que o ouro".

5- É preciso ser totalmente de Deus = Num exército, o soldado se dispõe a ouvir a ordem de seu general. Não dá pra fazer mais a vontade do mundo sem desagradar o Senhor...

2 Tm 3-4 - "Suporta comigo os trabalhos, como bom soldado de Jesus Cristo. Nenhum soldado pode implicar-se em negócios da vida civil, se quer agradar ao que o alistou".

E QUAL DEVE SER A ESTRATÉGIA DE COMBATE DA MULHER?

I- DECIDIR: RENDER-SE OU LUTAR?

Jd 8:9-27 – “9. Sabendo, pois, que Ozias tinha prometido entregar a cidade dentro de cinco dias, mandou alguém chamar os anciãos Cabri e Carmi, 10. e estes vieram ter com ela. Ela disse-lhes: Como é possível que Ozias tenha consentido em entregar a cidade aos assírios dentro de cinco dias, se não nos chegar socorro? 11. Quem sois vós para provocar o Senhor? 12. Não é esse o meio de atrair a sua misericórdia, mas antes o de excitar a sua cólera e acender o seu furor 13. Vós impusestes ao Senhor um prazo para exercer a sua misericórdia e fixastes-lhe um dia ao vosso arbítrio! 14. Mas o Senhor é paciente; façamos, pois, penitência por isso e peçamos-lhe perdão com lágrimas nos olhos, 15. pois Deus não ameaça como os homens e não se deixa arrastar como eles à violência da cólera. 16. Humilhemo-nos diante dele e prestemos-lhe nosso culto com espírito de humildade. 17. Roguemos ao Senhor com lágrimas que nos conceda a sua misericórdia como lhe aprouver, para que, assim como se perturbou o nosso coração com o orgulho de nossos inimigos, do mesmo modo encontremos glória em nossa humilhação. 18. Nós não imitamos os pecados de nossos pais, abandonando Deus para adorar divindades estranhas. 19. Por esse crime foram entregues à espada, à pilhagem e ao desprezo de seus inimigos; nós, porém, não admitimos outro Deus fora dele. 20. Esperamos com humildade a sua consolação e ele vingará o nosso sangue dos males que nos causam nossos inimigos. Ele humilhará toda nação que se levantar contra nós; o Senhor nosso Deus cobri-las-á de vergonha. 21. Agora, meus Irmãos, já que sois os anciãos do povo de Deus, e que sua vida depende de vós, reanimai os seus corações com vossas palavras, para que eles se lembrem de que nossos pais foram tentados a fim de que se verificasse se eles serviam verdadeiramente ao seu Deus. 22. Que eles se lembrem de como nosso pai Abraão foi provado e de como passou por múltiplas tribulações para se tornar o amigo de Deus. 23. Assim Isaac, assim Jacó, assim Moisés, e todos os que agradaram a Deus permaneceram fiéis apesar das muitas tribulações. 24. Aqueles, porém, que não aceitaram essas provações no temor ao Senhor e se impacientaram, murmurando contra ele, 25. foram feridos pelo Exterminador e pereceram pelas serpentes. 26. Por isso não nos irritemos por causa do que sofremos. 27. Consideremos que esses tormentos são menos graves que nossos pecados, e que esses flagelos com que o Senhor nos castiga, como escravos, foram-nos mandados para a nossa emenda, e não para a nossa perdição.”

Quando soube da intenção de rendição, Judite não se conformou. Confiava na misericórdia de Deus que sempre combateu pelo seu povo, confiava que Deus haveria de intervir. ELA DECIDIU NÃO SE RENDER... E VOCÊ?

Olhe para dentro da sua vida, da sua casa, do seu casamento. Certamente o inimigo de Deus tem buscado invadir sua realidade de vida... Você vai se render? Ou você vai combater?

II – ASSUMIR PARA SI O COMBATE:

Jd 8:28-34 – “28. Ozias e os anciãos responderam-lhe: Tudo o que disseste é verdade; nada há repreensível nas tuas palavras. 29. Roga, pois, a Deus por nós, porque és uma mulher santa e piedosa. 30. Judite respondeu-lhes: Se reconheceis que o que eu vos disse vem de Deus, 31. examinai se vem igualmente dele o que eu resolvi fazer, e orai para que Deus me ajude a realizar o meu desígnio. 32. Ficai esta noite à porta, e eu sairei com minha criada. Orai então para que, como vós o dissestes, o Senhor olhe para o seu povo de Israel dentro de cinco dias. 33. Mas não quero que procureis saber o que eu vou fazer; enquanto eu mesma não voltar para vos avisar, não se faça outra coisa que rogar por mim ao Senhor nosso Deus. 34. Ozias, o príncipe de Judá, respondeu-lhe: Vai em paz, e que o Senhor te ajude a tomar a vingança de nossos inimigos. E retiraram-se.”

Judite assumiu para si a responsabilidade. Ela decidiu que ia combater que ia fazer alguma coisa. Somos tentadas a não assumir a responsabilidade do combate, a colocar tudo nos ombros do esposo, dos pais, dos filhos, como Eva:

Gn 3,13 - "O Senhor Deus disse à mulher: Porque fizeste isso?” “A serpente enganou-me,– respondeu ela – e eu comi.”"

Quer vencer? Assuma o combate.

Precisamos ouvir o clamor da Palavra de Deus:

Fl 1,30 - "Sustentais o mesmo combate que me tendes visto travar e no qual sabeis que eu continuo agora".

III – IDENTIFICAR O INIMIGO:

Uma guerra pode ser perdida por lutarmos contra o inimigo errado. Nos cansamos e não destruímos aquele inimigo que precisa ser destruído.

Judite sabia que não tinha de se voltar contra Osias e os anciãos do povo de Israel, mas contra o marechal Holofernes, enviado de Nabucodonosor. Não adiantava ela desprezar Osias e ou o humilhar. Ela tinha de combater o verdadeiro inimigo: os assírios.

E você contra tem combatido? A quem você tem buscado derrubar? Seu esposo que bebe? Seu filho que desobedece seus conselhos? Sua mãe ou seu pai que tem lhe decepcionado?

A palavra de Deus nos revela quem é verdadeiramente o inimigo contra quem temos de lutar:

Ef 6,12 - "Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares".

IV – IDENTIFICAR AS ESTRATÉGIAS E O OBJETIVO DO INIMIGO:

Judite conhecia os planos de Holofernes. Sabia como e quando ele iria atacar o povo. Isso a ajudou a decidir como agir, como faria para combatê-lo.

Você precisa saber como o inimigo atua:

a) O demônio não detém uma estratégia leal ele age covarde e sorrateiramente:

Gn 3,1 - "A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse a mulher: É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim?”

Jesus compara sua atuação como a de um ladrão:

Jo 10,1 - "Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador".

E como um ladrão age senão ardilosamente, às escondidas.

b) Seu objetivo é matar, roubar e destruir:

Jo 10,10 - "O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir.”

c) Sua estratégia é esperar nossa “distração” para atacar:

1 Pd 5,8 - "Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar”

V- ESCOLHER AS ARMAS:

Judite aproximou-se de seu inimigo, após se preparar devidamente:

Jd 10, 1- 5 – “1. Quando acabou de orar ao Senhor, levantou-se do lugar onde estava prostrada diante do Senhor. 2. Chamou a sua criada, desceu à sua casa, tirou o cilício e despiu suas vestes de viúva. 3. Lavou-se, ungiu-se de mirra preciosa, arranjou o cabelo e pôs um diadema. Vestiu-se como para uma festa, calçou as sandálias, pôs os braceletes, o colar, os brincos, os anéis e todos os seus enfeites. 4. O Senhor aumentou-lhe a beleza, porque tudo aquilo procedia, não de uma paixão má, mas de sua virtude; por isso o Senhor deu-lhe uma tal formosura, que apareceu aos olhos de todos com um encanto incomparável. 5. Fez que sua criada levasse um odre de vinho, uma garrafa de óleo, grãos torrados, figos secos, pão e queijo, e partiu.”

Em nosso combate, precisamos agir com sabedoria.... Precisamos nos preparar, nos vestir para ele.

COMBATE É ESPIRITUAL, INIMIGO É ESPIRITUAL E AS ARMAS? As armas devem ser também ESPIRITUAIS!!! Temos de nos vestir, nos embelezar espiritualmente!!!

Ef 6,10-18 – “ 10. Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder. 11. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. 12. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. 13. Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. 14. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, 15. e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz.16. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. 17. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. 18. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos.”

Ao escrever este trecho, São Paulo tinha em mente as vestimentas dos soldados romanos. O apóstolo estava preso em Roma, tendo consigo a companhia constante de um soldado. Seus leitores, da mesma forma, estavam habituados com a presença militar e conheciam bem suas roupas, equipamentos e armas.

Estas são as nossas armas:

a) Cintura cingida da verdade - Como podemos nos cingir com a verdade? Falando e vivendo a verdade.

Ef 4,25 – “ Por isso, renunciai à mentira. Fale cada um a seu próximo a verdade, pois somos membros uns dos outros.”

Não podemos esquecer que o demônio é o pai de toda mentira:

Jo 8,44 - "Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira".

A verdade é uma pessoa, o próprio Jesus:

Jo 14, 6 - "Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim".

Conhecê-la é encontrar LIBERTAÇÃO:

Jo 8,32 - "conhecereis a verdade e a verdade vos livrará".

Praticar a verdade é encontra-se com Deus:

Jo 3,21 - "Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus".

b) Corpo vestido com a couraça da justiça – Não raro flagramos a nós mesmos falando para nossos filhos agir de um jeito, mas vivemos de outro. Fazemos gato na luz, no sinal da TV à cabo, ignoramos as leis de trânsito...

Mas não é a justiça significando cumprimento da lei que agrada a Deus, mas a justiça fundamentada no amor:

Mt 5,20 - "Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus".

c) Prontidão para anunciar o Evangelho -

"Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!" (1Cor 9,16)

Anunciar com a vida, não somente com palavras.

d) Escudo da fé e capacete da salvação – É preciso crer e mudar de vida para ser vencedor do maligno. A salvação vem da nossa fé e de nossas obras, nossas atitudes.

Os atos dos apóstolos contam um fato interessante de quem queria combater o demônio sem retidão no coração:

At 19, 13-17 “13. Alguns judeus exorcistas que percorriam vários lugares inventaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que se achavam possessos dos espíritos malignos, com as palavras: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. 14. Assim procediam os sete filhos de um judeu chamado Cevas, sumo sacerdote. 15. Mas o espírito maligno replicou-lhes: Conheço Jesus e sei quem é Paulo. Mas vós, quem sois? 16. Nisto o homem possuído do espírito maligno, saltando sobre eles, apoderou-se de dois deles e subjugou-os de tal maneira, que tiveram que fugir daquela casa feridos e com as roupas estraçalhadas. 17. Este caso tornou-se (em breve) conhecido de todos os judeus e gregos de Éfeso, e encheu-os de temor e engrandeceram o nome do Senhor Jesus.”

e) Espada do Espírito = Palavra de Deus – Para nós católicos a revelação está nas Escrituras, na Tradição e no Magistério.

"Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração". (Hb 4,12)

f) Intensificai vossas orações e súplicas – Vamos voltar para Judite. Antes de assumir para si o combate, Judite orou:

Jd 9:1-18 – “1. Tendo eles partido, Judite entrou em seu oratório, pôs o seu cilício, cobriu a cabeça com cinzas e, prostrando-se diante do Senhor, orou dizendo: 2. Senhor, Deus de meu pai Simeão, que lhe destes a espada para se vingar dos estrangeiros que, arrastados pela paixão, violaram uma virgem, descobrindo-lhe vergonhosamente a nudez; 3. que entregastes suas mulheres à rapina, suas filhas ao cativeiro, e todos os seus despojos em partilha aos vossos servos que ardiam de zelo ao vosso serviço, vinde, eu vos peço, ó Senhor meu Deus, e socorrei esta viúva. 4. Vós dispusestes os acontecimentos do passado, determinastes que uns sucedessem a outros, e nada aconteceu sem que vós o quisésseis. 5. Todos os vossos caminhos são previamente escolhidos, e os vossos juízos são marcados por vossa providência. 6. Olhai agora para o acampamento dos assírios, como vos dignastes outrora olhar para o dos egípcios, quando corriam armados atrás dos vossos servos, fiando-se nos seus carros, nos. seus cavaleiros e na multidão dos seus combatentes. 7. Bastou um vosso olhar sobre o seu acampamento para paralisá-los nas trevas. 8. O abismo reteve os seus pés, e as águas submergiram-nos. 9. Senhor, que o mesmo aconteça a estes que confiam no seu número, nos seus carros, nos seus dardos, nos seus escudos, nas suas flechas, e que são orgulhosos de suas lanças. 10. Eles ignoram que vós sóis o nosso Deus, vós que desde todo o tempo sabeis deter as guerras, e que vosso nome é o Senhor. 11. Levantai o vosso braço como nos tempos antigos e quebrai o seu poder com a vossa força; caia diante de vossa cólera o poder daqueles que prometeram a si próprios violar o vosso santuário, profanar o tabernáculo de vosso nome e derrubar com um golpe de espada os cornos de vosso altar. 12. Fazei, Senhor, que o orgulho desse homem seja cortado com sua própria espada; 13. seja ele preso no laço de seus olhos fixos em mim; e feri-o com as doces palavras de meus lábios. 14. Dai firmeza ao meu coração para o desprezar, e coragem para o abater. 15. Isso será para o vosso nome uma glória digna de memória, tendo-o derrubado a mão de uma mulher. 16. Não é na multidão, Senhor, que está o vosso poder, nem vos comprazeis na força dos cavalos; os soberbos nunca vos agradaram, mas sempre vos foram aceitas as preces dos mansos e humildes. 17. Deus do céu, criador das águas e senhor de toda a criação, ouvi uma pobre suplicante que só confia em vossa misericórdia. 18. Lembrai-vos, Senhor, de vossa promessa; inspirai as palavras de minha boca e dai firmeza à resolução de meu coração, para que a vossa casa vos permaneça (para sempre) consagrada e que todos os povos reconheçam que só vós sois Deus e que não há outro fora de vós.

Você quer vencer o inimigo? Deve construir uma vida de oração: comunitária - Santa Missa, Grupo de Oração etc., mas pessoal.

É a Santa Igreja quem nos ensina:
CIC - §2725 A oração é um dom da graça e uma resposta decidida de nossa parte. Supõe sempre um esforço. Os grandes orantes da Antiga Aliança antes de Cristo, como também a Mãe de Deus e os santos com Ele, nos ensinam: a oração é um combate. Contra quem? Contra nós mesmos e contra os embustes do Tentador, que tudo faz para desviar o homem da oração, da união com seu Deus. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza. Se não quisermos habitualmente agir segundo o Espírito de Cristo, também não poderemos habitualmente rezar em seu Nome. O
Toda a oração é essencial neste combate, principalmente o LOUVOR e a ADORAÇÃO.
VI – ESCOLHER A ESTRATÉGIA:
Antes de agir, Judite traçou uma estratégia. Ela não agiu impulsivamente, tinha um plano traçado. Pensou o que ia vestir, o que ia dizer etc.
Para combater é preciso uma estratégia. São Paulo nos ensina:
1 Cor 9,26 - "Assim, eu corro, mas não sem rumo certo. Dou golpes, mas não no ar".
A estratégia da mulher cristã é seguir os passos de Jesus:

Mc 8,34 - "Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me".

a) Renunciar a si mesmo – Lembremos que muitas vezes o nosso inimigo é nossa carne, nossa vontade, nosso orgulho.

b) Tomar a cruz – A cruz é realidade na vida da mulher cristã. O sofrimento nos une a Cristo, não podemos disperdiçar nada.

c) Seguir Jesus – Seguir seus ensinamentos.

NÃO SE ESQUEÇA: A VITÓRIA É CERTA!!!

A Bíblia nos conta que Judite persuadiu os assistentes do marechal para que lhe permitisse aproximar-se dele. Conversou com ele e este se apaixonou por ela permitindo que ficasse entre seus tesouros:
Jd 12, 10 -20 – “ 10. No quarto dia, Holofernes deu um banquete aos seus oficiais. E disse a Vagao, seu eunuco: Vê se persuades a essa judia que consinta espontaneamente em tornar-se minha concubina. 11. (Entre os assírios era coisa vergonhosa que uma mulher zombasse de um homem, retirando-se sem se ter dado a ele.) 12. Vagao foi ter com Judite e disse-lhe: Não tema a boa jovem entrar à presença de meu senhor; ser-lhe-ia uma honra comer em sua companhia e beber vinho alegremente. 13. Quem sou eu, respondeu ela, para opor-me ao meu senhor? 14. Farei tudo o que parecer bom e melhor aos seus olhos; o que mais lhe agradar, isso será também para mim o melhor durante toda a minha vida. 15. Ela levantou-se e, trajada com requinte, apresentou-se diante dele. 16. O coração de Holofernes agitou-se, porque ardia de paixão por ela. 17. Come e bebe alegremente, disse-lhe ele, pois encontraste graça aos meus olhos. 18. Ao que respondeu Judite: Eu beberei, senhor, porque nunca em minha vida me senti tão engrandecida como hoje. 19. Mas ela tomou e comeu do que a sua serva lhe tinha preparado, e bebeu com ele. 20. Holofernes alegrou-se grandemente por tê-la junto dele, e bebeu vinho como nunca tinha bebido.”
E Judite pôde matar o inimigo:
Jd 13, 1- 10 – “1. Anoiteceu. Os oficiais apressaram-se em voltar aos seus aposentos. Vagao fechou as portas do quarto e foi-se. 2. Estavam todos embriagados pelo vinho. 3. Judite ficou só no seu quarto, 4. enquanto Holofernes repousava em seu leito, bêbedo a cair. 5. Judite havia dito à sua serva que ficasse fora, diante do quarto, vigiando. 6. De pé ao lado do leito, movendo em silêncio os lábios, ela orou com lágrimas a Deus, dizendo: 7. Senhor, Deus de Israel, dai-me força. Olhai agora o que vão fazer minhas mãos, a fim de que, segundo a vossa promessa, levanteis a vossa cidade de Jerusalém, e eu realize o que acreditei ser possível graças a vós. 8. Dizendo isto, aproximou-se da coluna que estava à cabeceira do leito e tomou a espada que ali estava pendurada; 9. desembainhou-a e, tomando os cabelos de Holofernes, disse: Senhor, dai-me força neste momento! 10. Feriu-o duas vezes na nuca e decepou-lhe a cabeça. Desprendeu em seguida o cortinado das colunas, e rolou por terra o corpo mutilado.”
Diante desta narrativa é preciso enfatizar:

a) A partir do combate de Judite, a vitória do povo se deu:
Jd 15, 1-4 - “1. Quando todo o exército soube que Holofernes tinha sido decapitado, perderam a razão e o conselho. Agitados pelo espanto e pelo terror, buscaram a salvação na fuga. 2. Sem trocar uma palavra sequer com o seu vizinho, com a cabeça baixa, deixando tudo, fugiram pelas planícies e pelos montes, procurando escapar aos hebreus, pois ouviam que vinham armados sobre eles. 3. Os israelitas, vendo-os fugir, perseguiram-nos. Desceram as encostas atrás deles tocando a trombeta e soltando grandes gritos. 4. E como os assírios iam fugindo desordenadamente, os israelitas que os perseguiam juntos, formados em batalhão, destroçavam todos os que podiam atingir.”
Se você combater, seu casamento vai vencer, seu marido vai vencer, seu filho vai vencer...

b) A vitória é no Senhor e do Senhor:

Judite reconheceu que a vitória era do Senhor:
Jd 16, 10-12 – “10. Os persas tremeram de ver tamanha valentia, os medos se acovardaram perante sua audácia. 11. Então, os humildes gritaram, e eles tremeram espavoridos, os fracos (do meu povo) clamaram, e eles foram tomados de espanto; ao estrépito das vozes, deitaram a fugir. 12. Filhos de jovens mães os transpassaram e, como a meninos fugitivos, os feriram: ei-los derrotados na batalha de meu Senhor!”
É como nos diz São Paulo:

"Mas graças sejam dadas a Deus, que nos concede sempre triunfar em Cristo, e que por nosso meio difunde o perfume do seu conhecimento em todo lugar". (2Cor 2,14)

"Espoliou os principados e potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz". (Cl 2,15)

c) Nele somos mais do que vencedores:

"Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou". (Rm 8,37)

Que todas nós possamos dizer ao final:

"Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé". (2Tm 4,7)

Para concluir, ore a Deus louvando-o por ser mulher, por ter sido escolhida para este combate pelos seus. E se o inimigo tentar abatê-la, repita:

"Os vossos arados, transformai-os em espadas,e as vossas foices, em lanças! Mesmo o enfermo diga: Eu sou guerreiro!" (Jl 4,10)

Silvia Paula Monteiro da Costa
Ministério Vaso Novo