quarta-feira, 28 de maio de 2008

O DESAFIO DO NAMORO EM DEUS


Aproxima-se o dia dos namorados. As vitrines das lojas ficam repletos de corações entrelaçados. As propagandas remetem-se à sexualidade vivida no tempo de namôro. Mas afinal, qual é a vontade de Deus para os namorados?

1. A AFETIVIDADE HUMANA NO PLANO DE DEUS:

Existe uma verdade que precisa estar marcada em nossos corações: Somos criaturas projetadas para o amor. Fomos criados pelo amor, com amor e para o amor:

"Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele". (1Jo 4,16).

Podemos dizer que o ser humano é um “ser afetivo”. Mas afinal, o que é afetividade? No contexto que estamos falando a afetividade “é o conjunto de sentimentos e emoções que possuímos com relação a nós mesmos, aos outros e a Deus. É a capacidade de estabelecer laços de união profunda, de amar e de deixar-se amar”.

No projeto de Deus, esta capacidade de estabelecer laços, união profunda, amar e deixar-se amar, deveria ser perfeita e intacta, pois fomos criados à imagem e à semelhança de Deus , definido como amor, e origem de todo amor.

Mas afinal, porque vemos pessoas tão feridas em suas histórias? Porque os relacionamento se desequilibram? Porque tantos namoros errados viram casamentos devastados? A RESPOSTA É SIMPLES: PORQUE FUGIMOS DO PLANO DE AMOR DE DEUS.

O pecado original trouxe conseqüências devastadoras para a humanidade, marcando Adão e Eva, e seus descendentes que somos nós, com vários de seus efeitos, dentre eles a perda da semelhança de Deus amor, desequilibrando a afetividade humana e o modo como os homens e mulheres relacionam-se entre si (egoísmo, acusações, carências, dependências etc).

É inegável que nas histórias das nossas vidas, podemos ter tido vivências familiares que incidiram sobre nossa afetividade. Ex.: Transferências afetivas. A transferência é “a carga afetiva, metafórica, que um sujeito projeta no outro, carga essa trazida da história familiar. Se a história familiar é suficientemente boa, a transferência é boa, se não...”

Exs.: Uma menina tem carência da figura paterna e espera que seu namorado seja seu pai. Isso não pode ter bons resultados. Carência não se supre, se cura!

Aqui fazemos uma observação, a história dos seus pais não é sua história. Você pode ser feliz no casamento sendo esta sua vocação, desde que permita a Graça de Deus lhe auxiliar e lhe curar.

A Igreja nos ensina que de fato todos nos experimentamos o mal, o pecado que está em nós e em nosso redor, o que traz conseqüências em nossos relacionamentos e conclui: “Para curar as feridas do pecado, o homem e a mulher precisam da ajuda da graça que Deus, na sua misericórdia infinita, nunca lhes recusou. Sem esta ajuda, o homem e a mulher não podem chegar a realizar a união das suas vidas para a qual Deus os criou «no princípio»”.

O demônio sabe que uma via certeira de destruir o homem é destruir a família. E onde começa a família? No namoro. Por isso você é chamado a conduzir seu namoro para o Plano de Deus!!!

JAMAIS SE ESQUEÇA:
I-NAMORA-SE PARA CASAR;
II-NAMORO NÃO É UM PASSA-TEMPO;
III-SEU SUA(a) NAMORADO(a) NÃO É UM PLAUGROUND.
IV-COLHE-SE NO CASAMENTO O QUE SE PLANTA NO NAMORO!


2- O QUE É O NAMORO?

O namoro é essencialmente:

a) Tempo de conhecer e deixar-se conhecer para que possamos fazer uma escolha madura e em Deus, fundamentada na verdade:

Acompanhamos a história de alguns casais profundamente frustrados. Dizem: Puxa, no namoro ele era um doce... agora é um crápula! Ou ela era uma princesa... agora é uma bruxa! Que metamorfose é essa? Estas pessoas não se conheceram de verdade, mascararam seus defeitos.

Neste contexto vale dizer:

- Não posso colocar máscaras no namoro;
- Depois que casar, ele/ela não muda;
- Você se casa com a história e com a família do outro. Tem gente que não conhece a família etc.;
- Escolhe-se maridos como se escolhe sapatos?

b) Tempo de estabelecer laços, perceber as diferenças e as semelhanças e “provar” a vocação:

Vivemos em um tempo em que a juventude é levada a temer a criação de laços, de vínculos. Tudo é consumível e descartável. Esta mentalidade tem gerado desvios em nossa maneira de nos relacionar. O número de uniões estáveis e o chavão, se não der certo separa refletem esta mentalidade.

Precisamos nos libertar desta mentalidade e estar abertos a estabelecer laços. O casamento não é um laço eterno?

Obs.: Amor não acaba!

" Põe-me como um selo sobre o teu coração, como um selo sobre os teus braços; porque o amor é forte como a morte, a paixão é violenta como o cheol. Suas centelhas são centelhas de fogo, uma chama divina. As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir. Se alguém desse toda a riqueza de sua casa em troca do amor, só obteria desprezo". (Ct 8,6-7)

Para se estabelecer laços é necessário:

- Partilhar sem medo o modo de pensar, dos planos futuros. Ex.: Número de filhos;
- Ninguém é igual a ninguém. No seu sumo amor Deus nos criou complementares, mas é necessário haver um mínimo de interesses comuns;
- A fé deve ser um interesse comum essencial. É muito comum casais com profissões de fé diferentes ou pessoas que se casam com alguém que não crê, terem muitos problemas;

c) Tempo de deixar-se curar por Deus das feridas de relacionamentos;

Como pessoas de Deus sabemos que Deus nos ama e sempre gera oportunidades para nos curar e libertar. O outro pode ser instrumento de nossa cura e nós para eles. Precisamos nos abir para isso também.

d) Tempo de conhecer o coração do outro e não seu corpo. É tempo de castidade!

- As escrituras nos ajudam a compreender qual o projeto de Deus para nossos relacionamentos:

"Deus os abençoou: Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a.” (Gn 1,28)

Percebemos que há uma ordem necessária no Plano de Deus: Não dá para multiplicar sem antes receber a bênção de Deus e sem antes crescer.

Vamos analisar cada ponto:

a- Bênção de Deus = Onde o casal consegue a bênção de Deus? Através da Igreja, no Sacramento do Matrimônio.

b- Crescer = A afetividade nos apresenta a maturidade de três maneiras:

• Maturidade Psicológica Quando o jovem se toma maduro nos pensamentos, começou a ter uma visão de mundo não infantil, mais jovem, de maneira mais crítica.

• Maturidade Física Quando o jovem amadurece em seu corpo, o homem toma forma de homem, voz, músculos e seus órgãos masculinos se desenvolvem e ficam adultos, o mesmo na mulher, isso significa um corpo podendo ver uma maturidade apenas física.

• Maturidade de Atitudes Quando o jovem alcança sua maturidade nas atitudes e atos, quando começa a perceber com a maturidade psicológica o que vem a ser certo e o que vem a ser errado.

c-Multiplicar = A vivência da sexualidade deve ocorrer apenas no matrimônio, após a bênção e após crescer.


3- NO NAMORO CASTIDADE = CELIBATO

Todas as coisas na vida devem ser vividas de acordo com sua finalidade para que atinjam plenamente a finalidade para a qual foram criadas e também para que sejamos verdadeiramente felizes. Ex: Usar seu aparelho mp4 de última geração como um martelo. DESVIANDO A FINALIDADE DAS COISA, SE PROVOCA DANO.

Com o sexo é a mesma coisa. Desviando do seu sentido, só pode haver danos... A Igreja nos ensina que o sexo tem dupla finalidade: procriativa e unitiva.

Não precisamos falar muito sobre o que o sexo fora do casamento pode trazer: gravidez na adolescência, doenças, traumas etc.

- Ademais, o sexo é o maior ato de intimidade entre um homem e uma mulher:
“Ora, você só pode entregar a sua intimidade profunda a alguém que o ama e que tem um "compromisso de vida" com você para sempre!
Qual é a diferença entre o sexo no casamento, realizado com amor e por amor, e a prostituição? É o amor baseado num compromisso de vida para sempre. Se você tirar o amor, o sexo se transforma em prostituição, comércio. “ (Prof. Felipe Aquino)

- No fundo, somos tentados a nos relacionar com as pessoas como nos relacionamos com coisas. Isso não é correto e traz conseqüências. Ex.: A metáfora da manga.

- Além disso, comer banana verde dá dor de barriga. Sexo antes do casamento só traz problemas. Podemos nos ferir. Quando o relacionamento termina, as marcas do sexo ficam especialmente nas meninas.

- Nosso corpo pertence ao nosso esposo/ esposa:
"A mulher não pode dispor de seu corpo: ele pertence ao seu marido. E da mesma forma o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa". (1Cor 7,4)

- Um casal que se guarda para hora do casamento é um casal que já exercitou o autocontrole e saberá ser fiel no casamento e saberá viver com alegria a castidade matrimonial que passa pelo planejamento natural da família.

- Sexo fora do casamento é um pecado contra a castidade. É preciso não sucumbir aos apelos do mundo, aos modelos impostos, inclusive noivos.

Arnaldo Oliveira da Costa e Silvia Paula Monteiro da Costa